quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Casada à aproximadamente 3 anos, eu sinceramente não tinha o desejo de ter filhos naquela época (e nem mesmo em um futuro próximo) apesar da enorme (e bota enorme nisso) vontade do David de ser pai.


Havia me formado no ensino médio à alguns meses e estava naquela vibe de 'O que merda eu faço da minha vida, agora?' "Faculdade? Não. Nem tinha ideia de que curso fazer, além de nem ter feito nada de vestibular." "Emprego? Caçando, mas não com tanto empenho, admito."

Nesses dias tudo estava perfeitamente normal exceto por um detalhe: Estava com cólicas frequentes e um enjoo medonho. Pra mim, que raramente caio doente, estava achando muito estranho. Ingênua, pensei que havia contraído uma virose ou algo do gênero. Mas como toda boa mãe, a minha percebeu que algo estava estranho. "Grávida, filha?" "Não, impossível..." Pensava eu, já que um mês atrás havia feito um teste de farmácia e até um exame transvaginal. "E a menstruação?" Bom, com essa eu não podia contar, já que meu ciclo era totalmente piradão por culpa do anticoncepcional. Dúvidas e discussões depois, lá vou eu rumo ao médico. Minha mãe queria sim um netinho, mas não naquele momento, acredito eu. Percebi no momento em que o médico, frio como picolé, anunciou naquela voz de quem tá pouco se fodendo lixando : Está grávida.


Agora pausa pra muvuca que se instalou na sala:

Mãe: Eu não acrediiiiitooooo!!! (E dá-lhe chorar e amaldiçoar o David por ter pego férias do serviço "só pra engravidar minha filha" aloca aushausuahs')

Eu : (Por fora) Tá bom, então. (Por dentro) Quê? Nem parabéns você vai me dar, doutor? ¬¬' Grosso...

Dr.: Cri...Cri...Cri... (Insira cara de cu, aqui)
Bom, não digo que não esperava por isso, pois seria uma puta duma mentira deslavada. Muitas vezes fazia testes torcendo pra dar positivo (aloca 1) e ficava tentando adivinhar o resultado lendo o exame de sangue (que é indecifrável) antes de entrar no consultório (aloca 2). Mas enfim, ainda não era a hora certa... Mas, afinal, qual era a hora certa? o_O
Agora imagine, alguém que ainda toma a posição de 'adolescente da casa' (com 18 anos nas costas, vê se pode), que ainda tem esperanças de ganhar presente no dia das crianças (sente a mentalidade da criatura aushauhs') se descobre 'mamãe'... Tipo, ao contrário do que eu pensei que aconteceria, tipo um surto, um ataque de pelanca ou sei lá o quê, o que rolou foi meio que um 'tilt' no meu sistema .-. Tipo, sabe quando não caiu a ficha? Pois é... E como demorou pra cair, hein...
Estava feito. Liguei pro maridón, avisando que no meu aniversário de 18 anos (que ocorreu no dia 13) eu havia ganhado uma 'virose' sim... Mas uma virose do tipo 'com perninhas e bracinhos e que chora'. Nem preciso dizer que ele não acreditou. Só foi entender mesmo quando mostrei o exame.
E aí começa a incrível saga da gravidez (que eu vou resumir por enquanto :3)
Sexo? Menina. Nome? Luna (Desde sempre, já sabia que queria esse nome na minha filha desde que EU era uma pirralha).


Aí se abriu uma outra realidade que até agora era desconhecida pra mim.

Em cada consulta com a GO, Dra. Veruska (a melhor ever *-*), deixava a pobrezinha louca com as minhas neuras (pensa em uma grávida hipocondríaca), com as minhas pesquisas (agora imagina alguém que tirava as dúvidas na net e chegava no consultório sabendo mais que a médica auhsuahsu) e exigindo (sim, isso mesmo), que o parto fosse normal. Sim, porque eu me apaixonei pelo parto humanizado.
A cada vídeo, relato, eu me apaixonava ainda mais. Por mim teria a bebê em um parto domiciliar, mas infelizmente a grana não me permitia. E a doula? Até tentei (procurando no face conheci a Renata Olah e a Thiana, mas infelizmente não tinha como pagar, até porque dependendo do dinheiro do marido, que não concordava com isso, ficava um pouco complicado). O jeito foi se conformar em lutar por um parto normal hospitalar mesmo...

10/11/2012

A esta altura do campeonato eu já estava completando 42 semanas de gestação.
Sim, eu estava mesmo com essa idade gestacional e acho importante dizer, principalmente pras mães adolescentes: isso é normal. Até essa data nada de contrações, apenas a saída do tal tampão mucoso.
Essa era a data limite que minha médica me aconselhou a aguardar o trabalho de parto se iniciar naturalmente. Ela já havia tentado o descolamento de membranas e até aquele momento nada. Durante uma semana eu estava monitorando o bebê por cardiotoco e já estava perdendo a cabeça de tanto esperar. O medo de algo dar errado, ter que prestar atenção se a bebê mexia (esse é o modo mais simples de saber se está tudo ok), a família perguntando toda hora "E aí, nasceu?" e me colocando medo estava acabando com os meus nervos.
Última foto da barriga (:
Nesse dia eu fui para o hospital com o David pra fazer alguns exames e saber se o bebê estava ok, pois no outro dia pela manhã tentaria uma indução. Fiz o cardiotoco e o médico que me atendeu pediu também um Ultrassom Morfológico (pra ver a quantidade de liquido amniótico na bolsa) e aí veio a bomba: "Mãezinha, seu líquido está muito baixo, vou te internar pois seu bebê corre sérios riscos". Pausa. Quase tive um infarto. Muito desconfiada (afinal, em um hospital onde a taxa de cesária é altíssima e também pelo fato dele ser o único médico que disse que indução era perigoso e blablabla) resolvi que não iria ficar ali. Não mesmo.
"Doutor, dá tempo de chegar em Jundiaí?" (eu havia escolhido ter a Luna no hospital Santa Elisa, pois lá eles tem o medicamento pra fazer a indução, o misoprostol, e em Caieiras 'Unimed' não, lá eles só usavam esse em caso de aborto.) "Não, você tem que se internar agora". E só faltou me pegar no colo pra me levar pra internação. Aí começou realmente a loucura.
Olhei pro David, apertei forte sua mão e naquele momento sei que ele já entendeu o que eu pretendia. Com guia de internação em mãos, o doutor me levou pra enfermaria e eu bem tranquila pedi para dar antes um telefonema pra minha mãe para avisá-la. Saí de lá, liguei pra Dr. Veruska e passei os resultados do Ultrassom por telefone mesmo. "Dá pra chegar em Jundiaí?" "Claro que dá, vai em paz". Agora deixa eu descrever a cena: David e eu correndo como dois loucos, eu com a barriga enooooorme, as guias de internação na mão, todo mundo olhando, chuva, eu escorrego, David segura, liga pra mãe, avisa que eu tô indo e lá fomos nós pegar o trem pra ir pra casa.
O medo era enorme, mas o apoio do meu marido foi essencial. Ele estava tão inseguro quanto eu, mas confiava e apoiava qualquer decisão que eu tomasse.
"E se acontecer alguma coisa no caminho?" "Amor, não pensa nisso".
Nunca um trem demorou tanto pra fazer o percurso de 3 estações.
Cheguei em casa embaixo de chuva, numa muvuca das maiores, corri pro banho, lavei o cabelo, vesti um vestido confortável, catei as malas e bóra pro carro, meu padrinho iria me levar. Meu pai, ainda no centro, largou tudo que estava fazendo e avisou que estava vindo também (tadinho ^^).
Lá fomos nós, eu, mãe, David, padrinho, à caminho de Jundiaí (uns 40 minutos de viagem). O único problema, aliás, um deles, era que ninguém sabia onde raios ficava o tal hospital. Eu tinha o endereço, mas chegar nele já era outra história. Meu padrinho, um pouco doente, já não enxerga legal e isso fazia minha mãe quase ter um infarto cada vez que ele ultrapassava os caminhões na auto-estrada embaixo de chuva (só quem conhece minha mãe sabe o medo que ela tem de andar de carro) e eu brava pedia pra ele acelerar "Mas filha, o carro vai derrapar" "Eu prefiro que caia no barranco então, mãe, mas nós temos que chegar rápido". E no meio do nervoso de ficar discutindo a velocidade do carro (que estava uma merda, pois pegamos trânsito) comecei a sentir umas cólicazinhas. Bem de leve, parecia fome, dor de barriga, sei lá. Ignorei.
Chegamos no hospital e pra surpresa o dito cujo estava em reforma.
"Carol, não me fala que nós saímos de onde Judas perdeu as botas pra chegar nesse fim de feira?" (Pra comparar com a imponência da Unimed, o Santa Elisa estava bem caidinho mesmo).
Nem respondi, fui entrando, meio decepcionada, admito, mas feliz de finalmente ter chegado. Fiz a ficha e lá vem uma médica, cara fechada, ui, medão.
Entrei na sala com o David e expliquei a situação, desesperada, achando que ela já iria me colocar em uma maca e subir pra sala de pré-parto. Ah tá, sonha Ksis...
"Pra quê desespero, gente? Esse bebê está ótimo, vão pra casa, descansem e voltem amanhã cedo porque de noite ninguém vai induzir seu parto".
Ksis virou camaleão. De bege fui pra azul de raiva do fdp do médico que queria me internar pra cesária dizendo que não dava tempo nem de chegar no outro hospital. Se eu não houvesse ouvido meus instintos à essa hora provavelmente eu já estaria na faca.
Bom, aliviada e com cara de tacho resolvemos que eu iria pra casa da minha tia em Várzea Pta (por ser mais perto) com meu pai, minha mãe e David voltariam pra casa e só viriam no dia seguinte.
Tudo lindo, cheguei lá, iludida, marquei até com a vizinha cabeleireira pra escovar meu cabelo (que ainda estava pingando de molhado) para ir arrumadinha no outro dia pra maternidade. Ledo engano. Aquela cólicazinha que eu tive no carro se transformou em contrações, e das fortes. Nem acreditei! XD Iria fugir da indução XD
Bom, com a contagem de minutos (que minha prima estava fazendo por mim), percebi que elas estavam muito próximas, de 3 em 3 minutos. Assustei o_O A Dra. havia me dito certa vez que quando estivessem de 5 em 5 já deveria ir pro hospital. Decidi ir tomar um banho quente para ver se aliviava ou espaçava (sinal de que são contrações falsas), assustei de novo o_O De 3 em 3 elas passaram a ser de 1 em 1 minuto imediatamente. Quando elas vinham, eu me calava, ficava de quatro no tapete da sala e balançava os quadris pra aliviar a dor (pensa na cena uahsau').
Minha tia, toda atenciosa preparava a janta e minha prima antes estava batendo um bolo (que eu nem cheguei a comer =/) com a intenção de me fazer comer algo (afinal, havia passado o dia com uma barrinha de cereal e um pão de queijo). Até tentei, mas depois de duas garfadas percebi que não daria mais tempo. Era hora de ir pro hospital.
Entramos no carro, ainda debaixo de chuva e liguei pro David voltar (tadinho, ele estava acabando de chegar em casa). Meu pai no volante, minha prima Suelen no GPS (até porque continuávamos apanhando pra achar o caminho certo) e eu sentada no chão do carro, na parte de trás, gritando a cada contração, levando chuva da janela aberta porque nem levantar a mão pra fechar o vidro eu estava conseguindo.
Isso era por volta das 8 da noite, eu acho.

Pela segunda vez no hospital (a recepcionista com cara de 'porra, você de novo fia?') e dessa vez eu mal conseguia falar. Já fazia barulho demais e não parava quieta, andando na frente da sala do médico. Infelizmente já era outro no plantão e aí vem a primeira violência obstétrica (sim, digo violência porque achei ofensivo o modo como ele me tratou) da noite:
"Pára de fazer barulho porque você não tá com essa dor toda."
No meio da surpresa e choque de ouvir isso, só conseguia chorar, visto que nem tinha forças pra rebater. Ah, se eu estivesse bem...
Fez exame de toque, chamou minha prima pra ver... 1 dedo de dilatação. Quê? PUTA MERDA, só isso?
Aí sim o bang ficou louco. Em meio ao desespero eu só perguntava se não era estranho, eu estava com contrações de 1 em 1 minuto e só isso de dilatação (pra quem não sabe, é preciso 10 centímetros de dilatação pro bebê nascer) e o fdp tinha a coragem de me dizer que EU NÃO ESTAVA EM TRABALHO DE PARTO. Vê se eu posso com uma dessa.
E claro, mais uma dose de "Cala a boca, mimimi, vc não tá com tanta dor, blablabla, se você está assim agora, imagina quando estiver parindo, vai acordar o hospital todo." E eu respirando fundo, puxando ar com dificuldade pela dor e me segurando pra não voar no pescoço daquele velho escroto. Insisti na internação.
"Vou te internar só de castigo, você vai passar a noite e não vai ter seu bebê hoje."
Saí dali desolada. Meu pai só não foi lá dar uns cascudos no médico porque eu não deixei, mas se fosse o meu marido, sem dúvidas o médico não sairia dali inteiro.
Ainda na recepção, desesperada, afinal, ele me disse que não podia me receitar nada pra aliviar a dor, chorava de raiva. Liguei pra minha Dra. novamente e ela me aconselhou a ficar internada mesmo.
A outra parte terrível: Não podia subir nenhum acompanhante. Nem meu pai, nem minha prima (que absurdo, qual o mal de uma mulher me acompanhar?) para a sala de pré-parto. O pior foi ver o David chegando bem na hora que eu estava subindo pra internação. Agarrei ele e chorei mais ainda, feito criança. Os três ali impotentes, meu pai de olhos molhados (tadinho =/) tiveram que aguardar na recepção enquanto eu subia.
Cheguei na ala de internação sob os olhares curiosos das enfermeiras. Entrei em um quarto onde estava uma gestante e seu marido. Sentei ainda meio incrédula que iria ter ficar sozinha (mandaram o marido dela descer também) e troquei minha roupa por uma camisola do hospital.
Liguei para o David pedindo pra ele ver se conseguia subir com a minha mala. Ele conseguiu depois de muito esforço e sério, quando vi ele fiquei tão aliviada, por poder abraçá-lo e sentir que não estava sozinha.
A enfermeira-obstetriz Paula (que aliás foi um anjo pra mim em todo esse processo) permitiu, depois de muita conversa, que meu marido e o da outra moça ficassem no quarto.
Daqui pra frente tudo ficou meio confuso, vou contar o que lembro.
A dor, forte pra caramba, só aliviava um pouco quando eu entrava embaixo do chuveiro quentíssimo (lê-se: arranca couro) onde eu ficava sentada em uma cadeira, me molhando. Antes do David chegar, eu já havia ido andar de cadeira de rodas no corredor (aloca rsrs), pedir pelamordedeus uma anestesia (aloca 2 rsrs), pedir cesária (aloca 3 rsrs), e pedir pra morrer (super aloca 4). Anestesia? Só na hora do expulsivo, 9 cm de dilatação. Cesária? Só se sua bebê estiver mal (ainda bem, porque eu não queria realmente uma cesária, pedi só pela loucura da dor mesmo).
Me deram um buscopam (que não fez nem cócegas na minha dor) e chegava uma hora que eu já estava doidona aushuahs' Camisola? Pra quê? (E dá-lhe David tentando me cobrir toda vez que eu entrava no chuveiro e saía nua e molhada mesmo, pingando, em um calor insuportável). Cabelos? Viraram um ninho molhado (haha imagina se eu tivesse mesmo feito escova...)
Em momentos eu briguei com o David e ele comigo. "Carol, pára! Você não quer cesárea! Você consegue! Vai desistir agora?!" Owww que orgulho, eu havia dito meses antes que na hora do parto eu iria pedir cesárea e que ele não deixasse de jeito nenhum. E uma das partes boas de escolher esse hospital foi isso, cesária só com necessidade MESMO. Na Unimed, se eu pedisse eles fariam na hora. Na condição que eu estava, em plena 'partolândia', jamais poderia tomar decisões.
Eu me batia, vomitava de tanta dor, tentava arrancar a madeira da moldura da parede (David que contou, nem lembro disso, sinceramente), Mordia minha mão (e o Marido, tadinho, me ofereceu a dele pra morder ao invés da minha ~sente o amor~) e no meio tempo entre as contrações (questão de segundos) dava uns cochilos, cansadíssima. E o pobre do David de pé, com fome, segurando minha mão. Sem contar a Su e meu pai na recepção, coitados.
Quando eu cheguei, com 1 cm de dilatação, a moça ao meu lado estava com 3 cm e a bolsa estourada há muito tempo. Invejava a calma dela, com toda a classe do mundo, deitada e civilizada, enquanto eu fazia a louca desesperada no quarto (me julguem, sou fraca mesmo u_u'). Eu pensava que logo ela iria lá ter o bebê dela e eu ficaria no quarto sofrendo. Errei feio. Não sei se pelo fato de eu andar tanto e dos banhos, mas a minha dilatação andou beeem mais rápido. Enquanto ela ficava lá, monitorada por cardiotoco (que eu rezava pra não pedirem pra colocar em mim, porque tem que ficar parada pra isso e quem disse que eu conseguia?), eu andava feito louca e acho que isso ajudou a dilatar mais rápido. Tanto é que ela ficou ainda umas 3 horas a mais do que eu em trabalho de parto e acabou em uma cesária o_O
um exame de toque, horas depois (acredito que eram umas 5:20 da manhã) e surpresa: 7 cm! Pra quem disse que eu não teria o bebê no mesmo dia, o médico errou feio. Imagine se eu houvesse voltado pra casa? ¬¬'
Bom, aí foi só alegria, pensei eu, daqui há umas 3 horas no máximo dilata o resto e eu ganho anestesia, obaaa \o/
Minutos depois, vai a tonta aqui levantar pra ir ao banheiro. Sentei no vaso e algo estranho aconteceu. A barriga fez um 'puxo' sozinha. Como se eu estivesse empurrando o bebê. WOW isso não tá certo o_O "Daaaaaavid, chama a Paula!" "Mas amor, ela acabou de sair daqui..." "A-GO-RA!"
E quando a Paula me viu só faltou ter um ataque. "Levanta daí menina senão tua filha vai nascer no banheiro!"
Nem acreditei. Toque de novo: 10 cm! Em questão de 5 minutos \o/

já foram me trazendo a maca e eu toda bobona mal acreditava que tava na hora. Brigava pro David ir mais rápido (ele estava ajudando a enfermeira a me colocar na maca) e vai eu descendo os corredores e torcendo pra não ter mais contrações nesse espaço de tempo. Até fiquei feliz quando vi o anestesista, disse que ia beijá-lo (aloca de novo) de tanta emoção. Levei uma Rack baixa (o que é errado, devia ter sido uma peridural), que pra falar a verdade nem senti (sem aquele drama de 'ah, não se mexe se não pega sua coluna...') e fui pro mundo dos pôneis coloridos e saltitantes.

Aí foi meu grande erro: Eu, fraca, idiota, estúpida, mil vezes estúpida, pedi anestesia. Porque isso foi um erro?
Imagina aí... A contração indica que tá na hora de fazer força e eu, sem sentir a contração, não conseguia forçar nada '-' A Paula tentava me ensinar a empurrar e a força saía errada. Eu sou fraca pra medicamentos e a anestesia me deixou meio drogada, tipo bêbada e isso tirou o meu controle sobre meu próprio corpo. Eu queria ter um parto de cócoras (que ajuda muuuito) mas, o hospital não permitia. Sem eu conseguir forçar, olha só o que eu ganhei de presente:
- Manobra de Kristeller (Onde o maior da equipe simplesmente sobe, sim, eu disse SOBE na sua barriga pra forçar o bebê pra baixo)
Ainda tenho aflição de ver essas fotos '-'
- Episiotomia (o famoso 'pique') O corte lá na 'teresa' pra ajudar o bebê a sair.
E o que a Luna ganhou?
- Ficou parada no canal de parto, engoliu água com mecônio e por isso levei o tal corte pra ajudá-la a sair.
- Foi aspirada (não gosto nem de lembrar dessa cena, foi horrível ver enfiarem um tubo na boca e nariz dela e não poder nem mesmo dizer nada :s), não veio direto pro meu colo, não chorou assim que nasceu. Só lembro de pedir pro David "fica perto dela, amor, não deixa levarem ela daqui..."
A bolsa acredito que já estava estourada há dias, por isso o líquido amniótico reduzido. Acho que ela se rompeu e a cabeça da Luna serviu como uma rolha, tampando a saída e com isso foi escapando de pouquinho em pouquinho.
Fugi da cesária, ganhei um parto normal, porém cheio de intervenções... Mas tudo bem, ainda estou digerindo isso. 
Luna nasceu no dia 10/11/12, às 05:54, pesando 3080 gramas, medindo 48,5 centímetros e com apgar 1 minuto= 3, 5 minutos= 9.
Sendo sincera, eu não chorei no momento em que vi ela. Senti algo tão estranho que me aperta o coração lembrar. Talvez o fato de eu estar meio grogue em função da anestesia, ou talvez pelo fato de não ter sido como eu imaginei, ela nascendo e vindo direto pro meu colo. Meu trabalho de parto foi uma doideira. Não tive fotinho bonita nos primeiros minutos de vida dela, nem mesmo nas primeiras semanas, mas tenho bem guardada na mente cada momento. Depois conto melhor sobre a estadia na maternidade e os perrengues da primeira semana ;D
Um agradecimento à todos que participaram e tornaram esse sonho possível *-*
Postado originalmente no face:
"E dia 10 foi quando eu nasci de fato.Depois de tanta preocupação, fugir da internação do hospital, de um médico cesarista e de milhares de medos, pegar estrada congestionada em plena chuva, contrações de parto e muita pressa pra chegar em um hospital desconhecido, ouvir abobrinha de médico, bater o pé pra ser internada, receber o apoio do homem da minha vida (que mesmo estando tão assustado quanto eu ainda conseguia me passar tranquilidade), sofrer, gritar, perder a cabeça durante a madrugada inteira, implorando por uma cesárea à pobre da enfermeira obstetriz que agia como um anjo me incentivando a aguentar tudo aquilo, ir sorrindo pra sala de parto e minutos depois ouvir a mais bela música que um dia eu poderia escutar... 
Um chorinho meio tímido, dois olhões bem abertos e uma carinha de 'O que a gente faz agora, mamãe?' e o amor mais forte que alguém poderia sentir.
Foi difícil? Sim.
Doeu? Absurdamente.
Faria tudo outra vez? Sem dúvida nenhuma.
Ao meu pai, o motorista de fuga, que mesmo tão nervoso quanto eu conseguia dirigir. ( E claro, meu padrinho, que também teve que aguentar dirigir com uma grávida aos berros no banco de trás rsrs)
À Suelen , a minha companheira inseparável, mais que prima, uma irmã.
À minha mãe, que se tornou mais forte ainda aos meus olhos, por ter passado por isto (ou até pior) para me trazer ao mundo.

À Dr. Veruska, que praticamente acompanhou o parto pelo telefone, sendo mais que uma médica.
À minha tia, pelas palavras de incentivo, o apoio e por me lembrar que tinha sim força o suficiente pra passar por isso.

Ao meu grande amor, David que tem tanto mérito pra tão pouca descrição e que verdadeiramente participou de tudo, como um pai de verdade, me dando força, mesmo quando não tinha certeza de nada e nunca me deixou fraquejar.
E por fim, ao motivo de tudo isso, minha princesa, que com um olhar me fez esquecer de tudo, saber que valeu a pena e que eu faria isso mais um milhão de vezes se fosse necessário...


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