terça-feira, 22 de janeiro de 2013



Foi mais ou menos em outubro de 2011, o Marcos Paulo tinha acabado de terminar o namoro de 5 meses comigo porquê eu sentia muito ciúme etc, mas como a gente ainda se gostava muito, continuamos ficando... Sempre estranhamos o fato de que nós mantínhamos relações sexuais sem proteção e mesmo assim eu nunca havia engravidado antes... Surgiu então na minha cabeça a ideia de que eu não pudesse ter filhos! Então decidimos tentar engravidar, o que não foi muito inteligente na época porque eu não trabalhava, só ele, e nós nem tínhamos terminado o ens. médio ainda! Mas os dois convencidos de que eu era estéril, ficamos tentando e tentando, mas com o trato de que se por acaso eu engravidasse eu tiraria o bebê. (me odeio até hoje por ter pensado e concordado com uma coisa dessas!) Mas minha menstruação veio naquele mês, dia 1º de novembro e nós finalmente nos convencemos de que eu não poderia ter filhos e até conversamos sobre uma possível adoção quando nos casássemos no futuro etc.E então vieram as festas de fim de ano! Me lembro que em dezembro houve o casamento da minha prima, e todo mundo só pensava nisso e era o evento do ano pra nossa família! Mas os dias foram passando e eu estranhei não sentir cólica nenhuma e nem TPM e nem nenhum sinal da minha menstruação, então falei com meu namorado sobre isso e ele ficou muito exaltado e bravo... Disse que eu iria me virar pra fazer o aborto, do contrário ele iria morar em Boa Vista (fica no estado vizinho) e eu nunca mais iria saber da existência dele! Eu fiquei apavorada com a ideia de ficar sem ele e o tranquilizei, dizendo que era normal atrasar, e que mesmo assim, ainda não estava atrasada!(A minha menstruação nunca foi muito regular, sempre foi toda maluca! Mas de certo vinha todo final de mês... ) E então chega o natal! 24 de dezembro e a minha menstruação ainda não tinha vindo... Fui fazer compras com a minha irmã e contei pra ela que estava atrasada, ela ficou meio boba com a ideia de um sobrinho ou sobrinha, mas eu estava tremendo por dentro.Na festa de natal, Marcos Paulo já estava bem ciente da minha gravidez, e estava até meio feliz... Eu achei que a partir daí seria tudo diferente.Depois do natal, eu e Marcos Paulo continuamos ficando normalmente, mas sem falar muito na gravidez, ou melhor: sem falar NADA sobre a gravidez! Ele ainda estava muito aborrecido com tudo, e estava bem claro que ele não queria esse filho como eu. A cada dia que passava e eu imaginava como seria ter aquele filho, me dava um medo, mas sei lá... O amor de mãe já estava crescendo dentro no meu coração, e eu nem sabia...Dia 31 de Dezembro, eu tinha dormido na casa dele, ao acordar, ele me diz que vai sair e pergunta se eu gostaria de ir junto, mas eu recusei! Fui pra casa. Lembro de estar na parada de ônibus e pedir pra ele não me deixar, pra ele não me abandonar e não fugir. Ele não disse nada, apenas me abraçou e beijou minha testa. Eu estava insegura, como se já soubesse o que iria acontecer comigo naqueles dias próximos.Quando meu ônibus chegou, nos despedimos e eu fui pra minha casa. Na época, eu morava com a minha avó, e todos já estavam fazendo planos sobre pra onde ir, o que fazer etc. Mas eu só conseguia pensar no Marcos Paulo, e no medo que eu tinha de perde-lo... Então decidí ficar em casa mesmo. Tentei ligar pra ele várias vezes do celular da minha avó, mas ele não atendia e eu comecei a me desesperar.Quando chegou a noite, todos sairam, me chamaram muitas vezes e etc mas eu dei a desculpa de não ter o que usar e fiquei em casa, morrendo de medo e com a esperança de receber a ligação dele me chamando pra sair. Mais tarde, entrei na rede social que ele participa e lí o que ele havia escrito, chorei muito ao ver que ele havia postado coisas pra uma outra menina, e aquilo me doeu muito... chorei a noite toda até que finalmente peguei no sono.Os dias seguiram e ele sempre me ignorava, as ligações que eu fazia, ele rejeitava, e quando atendia sempre dizia estar ocupado ou smplesmente bloqueava todos os números que eu pudesse tentar ligar pra ele e etc. Aquilo foi me matando aos pouquinhos e eu sentí uma dor enorme dentro de mim... Eu estava perdendo o menino que tanto amava...Com o passar dos dias, as poucas, raras e rápidas vezes que nos falávamos se tornaram inexistentes. Eu realmente perdí o contato com ele, já que ele me evitava de todas as formas. Apesar de estar sofrendo muito com tudo, eu decidí seguir com a minha vida. Pedí a Deus várias vezes, que se fosse pra eu ficar sem ele, que Ele tirasse todo aquele amor do meu coração, que Ele pudesse me ajudar a esquecer o Marcos Paulo de uma vez por todas!! Mas os dias se passaram e eu continuei a sofrer por ele, sofrer com aquela dor, com a perda, e aquilo me fez ver que eu não pudia ficar parada vendo ele se afastar de mim.No dia seguinte, me arrumei e fui á casa da minha mãe, fazer a tal visita. Eu mal cheguei e ela foi logo me despindo kkkkk eu disse que não era certeza, que eu só achava que eu estava grávida. Foi então que ela começou os exames no meu corpo. Primeiro me mandou deitar na cama e levantar a blusa, depois quis ver meu peito (momento vergonha total) e então saiu o resultado: -"Minha filha, eu te mato! Eu vou ser avó!!!"Bom, depois disso, eu só tive uma certeza: uma já foi. Agora faltava o resto da família. Eu já sabia que isso não ia ser nem um pouco simples. Grande parte da minha família é evangélica, e muitos deles são rígidos com essa coisa de sexo só depois do casamento. Na minha família, não há nenhum caso recente de gravidez na adolescência, e ninguém esperava que isso iria acontecer logo comigo. Pois bem, eu voltei pra casa e não pude me conter! Corrí pro meu notebook e fui direto pro Facebook contar pra algumas amigas! Ouví muuuuuitas coisas ruins, muita gente me colocou pra baixo, mas também houveram muitas pessoas que me deixaram extremamente feliz, me falando palavras positivas e etc. Bom, fui contar pra alguns amigos do Marcos Paulo, que se tornaram meus amigos depois de algum tempo de namoro. Todos eles foram m uito atenciosos e me ajudaram muito, me deram muito apoio! Isso foi muito bom pra mim, porquê apesar de ter o apoio da minha mãe e do meu pai, eu ainda sentia muita falta do Marcos Paulo. Gostaria que ele estivesse alí comigo, curtindo tudo e sendo presente. Mas ele não estava alí, e a cada segundo que se passava, eu acreditava que ele nunca mais voltaria pra mim, que ele nunca seria meu marido, e que todos os planos que eu tinha com ele, não iriam se realizar! Ainda mais depois que eu fiquei sabendo que ele estava namorando outra menina, e que estava feliz com ela. Fiquei arrasada, e acabei desabafando nos meus amigos (que tambem são amigos dele) e falando sobre o que eu estava sentindo, que achava que ele não iria assumir e eu iria acabar sozinha com uma criança sem pai.Até que um dia ele me liga e começa a me brigar por estar contando pra todo mundo, e por estar falando que ele não iria me assumir. Ele me falou mais algumas coisas sobre isso, e depois se acalmou e conversamos como pessoas civilizadas. Ele me disse que iria assumir o bebê, mas que não seria muito presente, que iria apenas estar em festas de aniversário, natal e essas coisas. Porquê ele não queria estar comigo! Eu fiquei chocada e comecei a gritar. Disse que meu filho não precisava de um pai a distância, que eu queria um pai alí presente! Mas não adiantou ficar alí batendo cabeça e discutindo... Marcos Paulo continuou sendo esse idiota completo por mais alguns dias. Eu já estava começando a me cansar e tomei a decisão de deixar pra lá. Decidí que minha vida pessoal poderia esperar, que o mais importante agora era eu me dedicar total e completamente ao meu bebê.No começo foi bem difícil de entender aquele embaralhado de manchas. Mas mãe é mãe e sempre reconhece sua cria! Comecei a entender a coluna, a cabeça, os bracinhos, as perninhas, as mãos e pés... Eu já estava a ponto de chorar! E enquanto a médica falava sem parar me explicando tudo, eu só conseguia pensar naquele bebezinho alí dentro de mim. Tão pequeno, tão frágil... Eu já pudir sentir o amor se duplicando, triplicando. aumentando mais e mais a cada segundinho. E quando eu achava que não poderia ficar melhor... Ouço aquela barulheira toda, parecida com cavalos cavalgando. E a médica me diz: escuta isso e guarda bem na memória. Esse é o coraçãozinho do seu bebê. batendo a todo vapor! Aí pronto, todo meu esforço de segurar lágrimas foi em vão. Comecei a chorar e me sentir a pessoa mais feliz do mundo. Eu tinha alí comigo alguém que eu amaria pelo resto da minha vida, aconteça o que acontecesse. Foi então que ela me disse que era uma menina. Eu fiquei parada lá. Aquele tempo todo eu acreditei que era um menino! Fiquei chocada, mas aquilo pouco me importou. Eu estava imensamente feliz. Só queria saber de ficar alí olhando minha filha se mexer. Mas como tudo que é bom dura pouco, minha consulta havia chegado ao fim. Ela me deu os dados: peso, centímetros e tudo mais. E me falou que eu estava grávida de 16 semanas. Entrando no quarto mês de gestação. Peguei minhas coisas, limpei a meleca gelada da minha barriga e saí com um sorriso enorme e eu até pude sentir meu rosto brilhar de tanta satisfação.Antes de tudo, peguei meu celular e mandei uma mensagem de texto pro Marcos Paulo dizendo que ele seria o pai de uma menininha. Ele pareceu tão surpreso quanto eu. Me bombardeou com perguntas. Nós dois estávamos imersos em felicidade e mal podíamos nos conter. Começamos a sonhar e fazer planos. Ela seria bailaria e Karateca, puxaria os olhos dele, minha boca, seria branquinha blá-blá-blá. E então ele disse que o nome dela seria Maria Eduarda. Eu nem quis perguntar o porquê, e também nem descutí. Ele pareceu tão convicto que até pra mim, que ja tinha outros nomes na mente, me pareceu o nome perfeito.Fiquei feliz ao ver que apesar de bancar o durão, ele estava feliz com a filhinha dele. Tão feliz quanto eu, inclusive. Contei pros amigos mais íntimos e fui pra minha casa.Entãos os dias se transformaram em semanas e hoje eu estou aqui. Passei por algumas coisas na minha vida, muitos outros dramas vividos muito antes de engravidar. Me sinto uma vitoriosa por chegar aqui "sem sequelas". Hoje posso dizer com todas as letras que sou feliz, e que apesar das dificuldades eu não desistí. Embora muitas pessoas já tenham me dito que eu iria fracassar, eu não fracassei. Pelo menos até agora. Tenho comigo uma menina completamente saudável, que me conquista todos os dias de maneiras diferentes, que me dá forças pra continuar...Estou bem com todas as pessoas da minha família, inclusive meus avós. Eu e meus pais estamos cada vez mais unidos, e eles com certeza, são os avós mais babões do universo!Eu e Marcos Paulo estávamos muito bem, felizes e nos amando cada dia mais, em nossos quase 12 meses de namoro. Ele curtiu minha gravidez tanto quanto eu, me encheu de mimos e tudo mais. Até que no dia 07 de junho de 2012 nós terminamos e ele começou a namorar com outra menina. Tudo veio como um furacão, me confundiu bastante e me fez sofrer demais. Continuo amando aquele menino que me fez crer que seria pra sempre, mas não, não foi. Acabou e hoje somos apenas eu e minha filha.Não vou dizer que é fácil, que é simples, e que sempre tudo é lindo e feliz. Uma gravidez já tem seus problemas e uma gravidez na adolescencia é muito pior! Quando você começa a se acostumar com a mudança no seu corpo, tudo vem e muda de novo. Não é fácil conviver com variações de humor constantes e tudo mais.Mas também não é nenhum monstro de sete cabeças, que a mídia adoooora. É muito bom e gostoso sentir alguém dentro de você. Cada chutinho, cada movimento, ouvir seu coraçãozinho bater, me enche de esperanças e me dá forças pra lutar por ela. Me arrependo muito das besteiras que fiz quando pensei só em mim. Mas hoje eu não sou apenas a Ana Raquel. Hoje eu também sou Luna Eduarda.Sou Luna Eduarda completamente. E essa foi a melhor mudança que já aconteceu em minha vida


Um comentário:

Arquivo do blog

Tecnologia do Blogger.